O DIREITO DE CRER NO QUE QUISER



Uma pessoa me acusou de ateu, materialista, “sem vergonha”. Fiquei intrigado, me senti  desafiado e resolvi “botar tudo em pratos limpos”.

Não tenho rótulos, não levanto bandeiras, não defendo trincheiras. Simplesmente disse...

Sim, vá curtir o seu deus e depois se ficar satisfeito, não volte. Mas se ficar intrigado, se a curiosidade coçar, se sentir que não foi 100% honesto consigo mesmo e com a vida, volte. Aqui nada se afirma, tudo se pergunta.

Acha perturbador viver neste estado de “não saber” e perguntar incessantemente? Saber pensar é saber fazer perguntas. Algo dentro da sua cabeça sempre responde às suas perguntas. Espere, não dê nome a isso. E atenção! Se quer ser engando, será! Se exigir saber a verdade, saberá. A vida sempre será o que você quiser que seja. Para saber a verdade, não o que você quer ACREDITAR, pergunte com o coração, não cerebralmente. A porta de entrada da sabedoria, que é o “vazio”, é o coração. Este é o significado de se ajoelhar para orar. Ao se ajoelhar, o seu ouvido fica na altura certa e você só pode ouvir o coração de a quem a você se abraçar. Orar, significa transformar em oração, ou palavras, suas dúvidas e questionamentos. É como estar ligado numa internet, ou watts app universal. Pesquise, pergunte e descubra a resposta. A resposta é silenciosa.

Quando descobrir as respostas às suas indagações, jogue-as fora. Não acumule nada. Lembre-se que a sabedoria é o vazio. Quando um copo está cheio, não cabe mais nada dentro. Os seus sentidos podem não perceber, o seu cérebro fatalmente o engana, mas a vida,  o universo estão num eterno processo de criação, somente neste exato momento. Sejamos honestos, existe algum tempo que não seja aqui e agora? Sua memória não é o passado e sua imaginação não é o futuro. O pensamento que viaja para estas supostas dimensões, é uma abstração, não uma realidade.



Os homens sábios são aqueles que vivem somente o aqui e agora. Não quer dizer nenhum tipo de irresponsabilidade. Responsabilidade se tem com os fatos, coisas, seres e pessoas que estão fora do nosso mundo interno. No nosso mundo interno não é necessário que haja tempo. Sem este tempo interno a vida fica leve, fluida, saudável, forte, bela, inspiradora, em plena paz e cheia de luz. Não há pressa, não há por que correr. Não há onde ir. Você estará sempre só consigo mesmo em seu interior. Então ele pode ser limpo, vazio, claro e infinito como o universo. Se estiver atulhado de ideias, porque é a única coisa que transita por ele, você não será uma pessoa livre.



“A persistência da memória”, de Salvador Dalí.


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